segunda-feira, 31 de maio de 2010

Redação Oficial

REDAÇÃO OFICIAL





É todo ato normativo e toda comunicação do Poder Público. Deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade.

Outros procedimentos rotineiros também fazem parte da redação de comunicações oficiais, como as formas de tratamento e de cortesia, certos clichês de redação, a estrutura dos expedientes etc.





1. PECULIARIDADES DA REDAÇÃO OFICIAL



1.1. Impessoalidade

A redação oficial deve ser isenta da interferência da individualidade. O tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos que constam das comunicações oficiais decorre:

a) da ausência de impressões individuais de quem comunica;

b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação; e

c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado.



1.2. Linguagem

O texto oficial requer o uso do padrão culto da língua. Padrão culto é aquele em que:

a) se observam as regras da gramática formal,

b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários do idioma.

A obrigatoriedade do uso do padrão culto na redação oficial procede do fato de que ele está acima das diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, das idiossincrasias lingüísticas, permitindo, por essa razão, que se atinja a pretendida compreensão por todos os cidadãos.

A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a exijam.



1.3. Formalidade

As comunicações oficiais devem ser sempre formais. Não só ao correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento, mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez e à civilidade.



1.4. Padronização

A clareza de digitação, o uso de papéis uniformes e a correta diagramação do texto são indispensáveis à padronização.



1.5. Concisão

A concisão é uma qualidade do texto, principalmente o do oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo de informações com um mínimo de palavras. A concisão é, basicamente, economia lingüística. Isso não quer dizer economia de pensamento, isto é, não se devem eliminar passagens substanciais do texto no afã de reduzi-lo em tamanho. Trata-se exclusivamente de cortar palavras inúteis, redundâncias, passagens que nada acrescentem ao que já foi dito.

Deve-se perceber a hierarquia de idéias que existe em todo texto de alguma complexidade: idéias fundamentais e idéias secundárias. Essas últimas podem esclarecer o sentido daquelas, detalhá-las, exemplificá-las; mas existem também idéias secundárias que não acrescentam informação alguma ao texto, nem têm maior relação com as fundamentais, podendo, por isso, ser dispensadas.



1.6. Clareza

A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial. Claro é aquele texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor. A clareza não é algo que se atinja por si só: ela depende estritamente das demais características da redação oficial. Para ela concorrem:

a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações que poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao texto;

b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de entendimento geral e por definição avesso a vocábulos de circulação restrita, como a gíria e o jargão;

c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a imprescindível uniformidade dos textos;

d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos lingüísticos que nada lhe acrescentam.

É pela correta observação dessas características que se redige com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável releitura de todo texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos obscuros e de erros gramaticais provém principalmente da falta da releitura que torna possível sua correção.

A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa com que são elaboradas certas comunicações quase sempre compromete sua clareza. Não se deve proceder à redação de um texto que não seja seguida por sua revisão. “Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a máxima. Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no redigir.





1.7. Pronomes de Tratamento

Os pronomes de tratamento apresentam certas peculiaridades. Embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a comunicação), levam a concordância para a terceira pessoa. É que o verbo concorda com o substantivo que integra a locução e não com o pronome. “Vossa Senhoria nomeará o substituto”; “Vossa Excelência conhece o assunto”.

Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa: “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (e não “Vossa ... vosso...”).

O gênero gramatical dos adjetivos referidos deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que compõe a locução. “Vossa Excelência está atarefado.”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeito.” “Vossa Excelência está atarefada”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeita”.

O emprego dos pronomes de tratamento obedece à secular tradição. São de uso consagrado:

Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:



a) do Poder Executivo

Presidente da República

Vice-Presidente da República

Ministros de Estado

Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal

Oficiais-Generais das Forças Armadas

Embaixadores

Secretários-Executivos de Ministérios

Secretários de Estado dos Governos Estaduais

Chefe da Casa Civil da Presidência da República

Chefe do Gabinete de Segurança Institucional

Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República

Advogado-Geral da União e o Chefe da Corregedoria-Geral da União

Prefeitos Municipais



b) do Poder Legislativo

Deputados Federais e Senadores

Ministros do Tribunal de Contas da União

Deputados Estaduais e Distritais

Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais

Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais

c) do Poder Judiciário

Ministros dos Tribunais Superiores

Membros de Tribunais

Juízes

Auditores da Justiça Militar



O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo:

Excelentíssimo Senhor Presidente da República,

Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,

Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal.



No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a seguinte forma:



À Sua Excelência o Senhor

Fulano de Tal

Ministro de Estado da Justiça

70064-900 – Brasília. DF



À Sua Excelência o Senhor

Senador Fulano de Tal

Senado Federal

70165-900 – Brasília. DF



À Sua Excelência o Senhor

Fulano de Tal

Juiz de Direito da 10a Vara Cível

Rua ABC, no 123

01010-000 – São Paulo. SP



Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento digníssimo (DD). A dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público, sendo desnecessária sua repetida evocação.



Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e para particulares. O vocativo adequado é:

Senhor Fulano de Tal,



No envelope, deve constar do endereçamento:

Ao Senhor

Fulano de Tal

Rua ABC, no 123

12345-000 – Curitiba. PR



Fica dispensado o emprego do superlativo ilustríssimo para as autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor.





Doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Evite usá-lo indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem defendido tese de doutorado. É costume designar por doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e em Medicina. Para quem não tem o título de doutor, o tratamento Senhor confere a desejada formalidade às comunicações.



Vossa Magnificência, empregada por força da tradição, em comunicações dirigidas a reitores de universidade. Corresponde-lhe o vocativo: Magnífico Reitor,



Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a hierarquia eclesiástica, são:

Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O vocativo correspondente é: Santíssimo Padre,

Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em comunicações aos Cardeais.

Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações dirigidas a Arcebispos e Bispos.

Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssima para Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos.

Vossa Reverência é empregado para sacerdotes, clérigos e demais religiosos.





1.8. Fechos para Comunicações

O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade óbvia de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os quinze modelos que vinham sendo utilizados foram simplificados para somente dois fechos diferentes para todas as modalidades de comunicação oficial:

a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República:

Respeitosamente,



b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior:

Atenciosamente,





1.9. Identificação do Signatário

Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas as demais comunicações oficiais devem trazer o nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local de sua assinatura. A forma da identificação deve ser a seguinte:



(espaço para assinatura)

NOME

Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República



(espaço para assinatura)

NOME

Ministro de Estado da Justiça





Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura em página isolada do expediente. Transfira para essa página ao menos a última frase anterior ao fecho.







2. O PADRÃO OFÍCIO



Há dois tipos de expedientes que se diferenciam antes pela finalidade do que pela forma: o ofício e o memorando. Nos dois adota-se uma diagramação única.



2.1. Partes do documento no Padrão Ofício

O ofício e o memorando devem conter as seguintes partes:



a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que o expede :

Exemplos:

Mem. 123/2002-MF

Of. 123/2002-MME



b) local e data em que foi assinado, por extenso, com alinhamento à direita:

Exemplo:

Brasília, 15 de março de 2007.



c) assunto: resumo do teor do documento

Exemplos:

Assunto: Produtividade do órgão em 2006.

Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores.



d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida a comunicação. No caso do ofício deve ser incluído também o endereço.



e) texto: nos casos em que não for de mero encaminhamento de documentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura:



– introdução, que se confunde com o parágrafo de abertura, na qual é apresentado o assunto que motiva a comunicação. Evite o uso das formas: “Tenho a honra de”, “Tenho o prazer de”, “Cumpre-me informar que”, empregue a forma direta;



– desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; se o texto contiver mais de uma idéia sobre o assunto, elas devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição;



– conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente reapresentada a posição recomendada sobre o assunto.

Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos em que esses estejam organizados em itens ou títulos e subtítulos.





Já quando se tratar de mero encaminhamento de documentos a estrutura é a seguinte:



– introdução: deve iniciar com referência ao expediente que solicitou o encaminhamento. Se a remessa do documento não tiver sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da comunicação, que é encaminhar, indicando a seguir os dados completos do documento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário, e assunto de que trata), e a razão pela qual está sendo encaminhado, segundo a seguinte fórmula:



“Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 2007, encaminho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 2007, do Departamento Geral de Administração, que trata da requisição do servidor Fulano de Tal.”

ou

“Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa cópia do telegrama no 12, de 10 de fevereiro de 2007, do Presidente da Confederação Nacional de Agricultura, a respeito de projeto de modernização de técnicas agrícolas na região Nordeste.”



– desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer algum comentário a respeito do documento que encaminha, poderá acrescentar parágrafos de desenvolvimento; em caso contrário, não há parágrafos de desenvolvimento em aviso ou ofício de mero encaminhamento.



f) fecho



g) assinatura do autor da comunicação; e



h) identificação do signatário





2.2. Forma de diagramação



Os documentos do Padrão Ofício devem obedecer à seguinte forma de apresentação:



a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé;



b) para símbolos não existentes na fonte Times New Roman poder-se-ão utilizar as fontes Symbol e Wingdings;



c) é obrigatório constar a partir da segunda página o número da página;



d) os ofícios, memorandos e anexos poderão ser impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (“margem espelho”);



e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distância da margem esquerda;



f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no mínimo, 3,0 cm de largura;



g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm;



h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha em branco;



i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do documento;



j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel branco. A impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos e ilustrações;



l) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm;

n) dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo de texto preservado para consulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos;



o) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados da seguinte maneira: tipo do documento + número do documento + palavras-chave do conteúdo

Ex.: “Of. 123 - relatório produtividade ano 2006”





2.3. Ofício



Definição e Finalidade

Ofício é a comunicação que é expedida exclusivamente para tratar assuntos oficiais entre órgãos da Administração Pública ou a particulares.



Forma e Estrutura

Quanto à sua forma, o ofício segue o modelo do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatário, seguido de vírgula.

Exemplos:

Excelentíssimo Senhor Presidente da República

Senhora Ministra

Senhor Chefe de Gabinete

Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as seguintes informações do remetente:

– nome do órgão ou setor;

– endereço postal;

– telefone e endereço de correio eletrônico.



2.4. Memorando



Definição e Finalidade

O memorando é a modalidade de comunicação entre unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem estar hierarquicamente em mesmo nível ou em níveis diferentes. Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação eminentemente interna.

Sua característica principal é a agilidade. A tramitação do memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de procedimentos burocráticos. Para evitar desnecessário aumento do número de comunicações, os despachos ao memorando devem ser dados no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em folha de continuação.



Forma e Estrutura

Quanto à sua forma, o memorando segue o modelo do padrão ofício, com a diferença de que o seu destinatário deve ser mencionado pelo cargo que ocupa.

Exemplos:

Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração

Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos



2.5. Correio Eletrônico



Definição e finalidade

O correio eletrônico (“e-mail”), por seu baixo custo e celeridade, transformou-se na principal forma de comunicação para transmissão de documentos.



Forma e Estrutura

Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir forma rígida para sua estrutura. Entretanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma comunicação oficial.



O campo assunto do formulário de correio eletrônico deve ser preenchido de modo a facilitar a organização documental tanto do destinatário quanto do remetente.



A mensagem que encaminha algum arquivo deve trazer informações mínimas sobre seu conteúdo.



Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de confirmação de leitura. Caso não seja disponível, deve constar pedido de confirmação de recebimento.



Valor documental

Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem de correio eletrônico tenha valor documental, isto é, para que possa ser aceita como documento original, é necessário existir certificação digital que ateste a identidade do remetente, na forma estabelecida em lei.







3. DIFICULDADES DA NORMA CULTA





3.1. Ortografia



A correção da grafia é requisito elementar de qualquer texto, e ainda mais importante quando se trata de textos oficiais. Muitas vezes, uma simples troca de letras pode alterar não só o sentido da palavra, mas de toda uma frase.

Com relação aos erros de grafia, pode-se dizer que são de dois tipos: os que decorrem do emprego inadequado de determinada letra por desconhecimento de como escrever uma palavra, e aqueles causados por lapso de digitação.

Assim, toda revisão que se faça em determinado documento ou expediente deve sempre levar em conta a correta escrita.



Errado: Ele trabalhou como adido de embaixada.

Certo: Ele trabalhou como adido à embaixada.



Errado: Ele vai torcer para o clube do irmão.

Certo: Ele vai torcer pelo clube do irmão.



Errado: Vultuosa quantia foi gasta na campanha daquele vereador.

Certo: Vultosa quantia foi gasta na campanha daquele vereador.



Errado: A estadia do deputado no Rio de Janeiro será breve.

Certo: A estada do deputado no Rio de Janeiro será breve.



Errado: Se eu ver o deputado, falarei com ele.

Certo: Se eu vir o deputado, falarei com ele.



Errado: Quero falar consigo.

Certo: Quero falar com você/com o senhor.





Errado: Este texto foi desclassificado porque está inteligível.

Certo: Este texto foi desclassificado porque está ininteligível.



Errado: Não tenho qualquer vínculo com meus ex-chefes.

Certo: Não tenho nenhum vínculo com meus ex-chefes.



Errado: Ao meu ver, essas crianças precisam de mais carinho e amor.

Certo: A meu ver, essas crianças precisam de mais carinho e amor.



Errado: Ele passou muito rápido e desapercebido por todos nós.

Certo: Ele passou muito rápido e despercebido por todos nós.



Errado: Por que você não troca seu candidato? Ao invés de votar em Mário, vote em Valter.

Certo: Por que você não troca seu candidato? Em vez de votar em Mário, vote em Valter.



Errado: Os que desejarem maiores informações deverão se encaminhar à sala da coordenação.

Certo: Os que desejarem melhores / mais informações deverão se encaminhar à sala da coordenação.



Errado: Pediu-me que o ajudasse a descriminar as despesas.

Certo: Pediu-me que o ajudasse a discriminar as despesas.





3.2. SINTAXE



É a parte da Gramática que estuda a palavra em relação às outras, que com ela se unem para exprimir o pensamento. É a parte mais importante da Gramática, porque contribui de modo fundamental para a clareza da exposição e para a ordenação do pensamento.

Os problemas mais freqüentemente encontrados na construção de frases dizem respeito à má pontuação, à ambigüidade da idéia expressa, à elaboração de falsos paralelismos, erros de comparação etc. Decorrem, em geral, do desconhecimento da ordem das palavras na frase. A seguir, citam-se alguns desses deslizes muito recorrentes na construção de frases, registrados em documentos oficiais.





3.2.1. Problemas com o Sujeito

O sujeito é o ser de quem se fala ou que executa a ação enunciada na oração. Ele pode ter complemento, mas não ser complemento. Devem ser evitadas, portanto, construções como:

Errado: É tempo do Congresso votar a emenda.

Certo: É tempo de o Congresso votar a emenda.



Errado: Apesar das relações entre os países estarem cortadas, (...).

Certo: Apesar de as relações entre os países estarem cortadas, (...).



Errado: Não vejo mal no Governo proceder assim.

Certo: Não vejo mal em o Governo proceder assim.



Errado: Antes destes requisitos serem cumpridos, (...).

Certo: Antes de estes requisitos serem cumpridos, (...).



Errado: Apesar da Assessoria ter informado em tempo, (...).

Certo: Apesar de a Assessoria ter informado em tempo, (...).





3.2.2. Frases Fragmentadas

A fragmentação de frases “consiste em pontuar uma oração subordinada ou uma simples locução como se fosse uma frase completa”. Embora seja usada como recurso estilístico na literatura, a fragmentação de frases devem ser evitada nos textos oficiais, pois muitas vezes dificulta a compreensão. Ex.:



Errado: O programa recebeu a aprovação do Congresso Nacional. Depois de ser longamente debatido.

Certo: O programa recebeu a aprovação do Congresso Nacional, depois de ser longamente debatido.

Certo: Depois de ser longamente debatido, o programa recebeu a aprovação do Congresso Nacional.



Errado: O projeto de Convenção foi oportunamente submetido ao Presidente da República, que o aprovou. Consultadas as áreas envolvidas na elaboração do texto legal.

Certo: O projeto de Convenção foi oportunamente submetido ao Presidente da República, que o aprovou, consultadas as áreas envolvidas na elaboração do texto legal.









3.2.3. Erros de Paralelismo

Uma das convenções estabelecidas na linguagem escrita “consiste em apresentar idéias similares numa forma gramatical idêntica”, o que se chama de paralelismo. Assim, incorre-se em erro ao conferir forma não paralela a elementos paralelos.



Errado: Pelo aviso circular recomendou-se aos Ministérios economizar energia e que elaborassem planos de redução de despesas.

Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministérios que economizassem energia e (que) elaborassem planos para redução de despesas.

Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministérios economizar energia e elaborar planos para redução de despesas.



Errado: No discurso de posse, mostrou determinação, não ser inseguro, inteligência e ter ambição.

Certo: No discurso de posse, mostrou determinação, segurança, inteligência e ambição.

Certo: No discurso de posse, mostrou ser determinado e seguro, ter inteligência e ambição.



Errado: O Presidente visitou Paris, Bonn, Roma e o Papa.

Certo: O Presidente visitou Paris, Bonn e Roma. Nesta última capital, encontrou-se com o Papa.



Errado: O projeto tem mais de cem páginas e muita complexidade.

Certo: O projeto tem mais de cem páginas e é muito complexo.

Certo: O projeto é muito extenso e complexo.



Errado: Ou Vossa Senhoria apresenta o projeto, ou uma alternativa.

Certo: Vossa Senhoria ou apresenta o projeto, ou propõe uma alternativa.



Errado: O interventor não só tem obrigação de apurar a fraude como também a de punir os culpados.

Certo: O interventor tem obrigação não só de apurar a fraude, como também de punir os culpados.



Errado: O novo procurador é jurista renomado, e que tem sólida formação acadêmica.

Certo: O novo procurador é jurista renomado e tem sólida formação acadêmica.

Certo: O novo procurador é jurista renomado, que tem sólida formação acadêmica.





3.2.4. Erros de Comparação

A omissão de certos termos, ao se fazer a comparação – omissão própria da língua falada – deve ser evitada na língua escrita, pois compromete a clareza do texto: nem sempre é possível identificar, pelo contexto, qual o termo omitido.



Errado: O salário de um professor é mais baixo do que um médico.

Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o salário de um médico.

Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o de um médico.



Errado: O alcance do Decreto é diferente da Portaria.

Certo: O alcance do Decreto é diferente do alcance da Portaria.

Certo: O alcance do Decreto é diferente do da Portaria.



Errado: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas do que os Ministérios do Governo.

Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas do que os outros Ministérios do Governo.

Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas do que os demais Ministérios do Governo.





3.2.5. Ambigüidade

Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada em mais de um sentido. Como a clareza é requisito básico de todo texto oficial, deve-se atentar para as construções que possam gerar equívocos de compreensão.



Ambíguo: O Ministro comunicou a seu secretariado que ele seria exonerado.

Claro: O Ministro comunicou exoneração dele a seu secretariado.

Claro: O Ministro comunicou a seu secretariado a exoneração desse.



Ambíguo: O Deputado saudou o Presidente da República, em seu discurso, e solicitou sua intervenção no seu Estado, mas isso não o surpreendeu.

Claro: Em seu discurso o Deputado saudou o Presidente da República. No pronunciamento, solicitou a intervenção federal em seu Estado, o que não surpreendeu o Presidente da República.



Ambíguo: Roubaram a mesa do gabinete em que eu costumava trabalhar.

Claro: Roubaram a mesa do gabinete no qual eu costumava trabalhar.

Claro: Roubaram a mesa do gabinete na qual eu costumava trabalhar.



Ambíguo: Sendo indisciplinado, o Chefe admoestou o funcionário.

Claro: O Chefe admoestou o funcionário por ser esse indisciplinado.





3.2.6. Concordância

A concordância é o processo sintático segundo o qual certas palavras se acomodam, na sua forma, às palavras de que dependem.



Errado: Se houverem dúvidas favor perguntar.

Certo: Se houver dúvidas favor perguntar.



Errado: Já fazem dez dias que esta Casa Legislativa encontra-se em recesso.

Certo: Já faz dez dias que esta Casa Legislativa encontra-se em recesso.



Errado: Fazem cinco meses que a PF iniciou a apuração de irregularidades.

Certo: Faz cinco meses que a PF iniciou a apuração de irregularidades.



Errado: Vão fazer cinco anos que ingressei no Serviço Público.

Certo: Vai fazer cinco anos que ingressei no Serviço Público.



Errado: Depois das últimas chuvas, podem haver centenas de desabrigados.

Certo: Depois das últimas chuvas, pode haver centenas de desabrigados.



Errado: Devem haver soluções urgentes para estes problemas.

Certo: Deve haver soluções urgentes para estes problemas.



Errado: Aconteceu, naquela época, fatos terríveis.

Certo: Aconteceram, naquela época, fatos terríveis.



Errado: Vossas Excelências apoiastes a decisão.

Certo: Vossas Excelências apoiaram a decisão.



Errado: Ainda não chegou os documentos comprobatórios.

Certo: Ainda não chegaram os documentos comprobatórios.



Errado: Podemos passar-lhe bastante informações sobre o caso.

Certo: Podemos passar-lhe bastantes informações sobre o caso.



Errado: Se houver dificuldades, qualquer que sejam, avise-nos.

Certo: Se houver dificuldades, quaisquer que sejam, avise-nos.



Errado: Obedeceram-se aos severos regulamentos.

Certo: Obedeceu-se aos severos regulamentos.



Errado: Tratavam-se de questões fundamentais.

Certo: Tratava-se de questões fundamentais.



Errado: Discutiu-se na semana passada os acordos que têm de ser assinados nos próximos dias.

Certo: Discutiram-se na semana passada os acordos que têm de ser assinados nos próximos dias.





3.2.7. Pontuação

Os sinais de pontuação, ligados à estrutura sintática, têm as seguintes finalidades:

a) assinalar as pausas e as inflexões da voz (a entoação) na leitura;

b) separar palavras, expressões e orações que, segundo o autor, devem merecer destaque;

c) esclarecer o sentido da frase, eliminando ambigüidades.





No clube que freqüentamos, há um mês houve um incêndio.

No clube que freqüentamos há um mês, houve um incêndio.



O carro estava percorrendo a estrada solitária, à noite.

O carro estava percorrendo a estrada, solitária à noite.



Ele foi criticado, quando lutava pelos amigos.

Ele foi criticado, quando lutava, pelos amigos.



A frase a seguir pode ter seu sentido alterado apenas com a colocação da vírgula.



“Se o homem soubesse o valor que tem a mulher andaria se rastejando à sua procura.”



Constitui erro crasso usar a vírgula entre termos que mantêm entre si estreita ligação sintática – p. ex., entre sujeito e verbo, entre verbos ou nomes e seus complementos.



Errado: O Presidente da República, indicou, sua posição no assunto.

Certo: O Presidente da República indicou sua posição no assunto.



Errado: O deputado assistiu, ao pronunciamento do Presidente, em Fortaleza.

Certo: O deputado assistiu ao pronunciamento do Presidente em Fortaleza.







3.2.8. SEMÂNTICA



A semântica estuda o sentido das palavras, expressões, frases e unidades maiores da comunicação verbal, os significados que lhe são atribuídos.

Deve-se verificar sempre o contexto em que as palavras estão sendo utilizadas e procurar sinônimos, ou termos mais precisos para as palavras repetidas.

A redação oficial não pode alhear-se às transformações lingüísticas – produto da dinâmica social – nem incorporá-las acriticamente. As novidades vocabulares devem sempre ser usadas com critério, evitando-se aquelas que podem ser substituídas por vocábulos já de uso consolidado sem prejuízo do sentido que se lhes quer dar.

Não se concebe que, em nome de suposto purismo, a linguagem das comunicações oficiais fique imune a empréstimos de outras línguas. O importante é usar o estrangeirismo de forma consciente, buscar o equivalente português quando houver, ou conformar a palavra estrangeira ao espírito da língua portuguesa.





Expressões a Evitar e Expressões de

Uso Recomendável



A linguagem dos textos oficiais deve sempre pautar-se pelo padrão culto formal da língua. Não é aceitável, portanto, que desses textos constem coloquialismos ou expressões de uso restrito a determinados grupos, que comprometeriam sua própria compreensão pelo público.

Quanto a determinadas expressões que devem ser evitadas, mencionem-se aquelas que formam cacófatos, ou seja, “o encontro de sílabas em que a malícia descobre um novo termo com sentido torpe ou ridículo”.

A seguir há uma lista de expressões cujo uso ou repetição deve ser evitado, indicando com que sentido devem ser empregadas e sugerindo alternativas vocabulares a palavras que costumam constar com excesso dos expedientes oficiais.



à medida que / na medida em que

À medida que (locução proporcional) – à proporção que, ao passo que, conforme: Os preços deveriam diminuir à medida que diminui a procura.

Na medida em que (locução causal) – pelo fato de que, uma vez que: Na medida em que se esgotaram as possibilidades de negociação, o projeto foi integralmente vetado.

Evite os cruzamentos – bisonhos, canhestros – *à medida em que, *na medida que...



a partir de

A partir de deve ser empregado preferencialmente no sentido temporal: A cobrança do imposto entra em vigor a partir do início do próximo ano.

Evite repeti-la com o sentido de ‘com base em’, preferindo considerando, tomando-se por base, fundando-se em, baseando-se em.



assim

Use após a apresentação de alguma situação ou proposta para ligá-la à idéia seguinte. Alterne com: dessa forma, desse modo, diante do exposto, diante disso, conseqüentemente, portanto, por conseguinte, assim sendo, em conseqüência, em vista disso, em face disso.



através de / por intermédio de

Através de quer dizer de lado a lado, por entre: A viagem incluía deslocamentos através de boa parte da floresta.

Evite o emprego com o sentido de meio ou instrumento; nesse caso empregue por intermédio, por, mediante, por meio de, segundo, servindo-se de, valendo-se de:

O projeto foi apresentado por intermédio do Departamento.

O assunto deve ser regulado por meio de decreto.

A comissão foi criada mediante portaria do Ministro de Estado.



bem como

Evite repetir; alterne com e, como (também), igualmente, da mesma forma. Evite o uso, polêmico para certos autores, da locução bem assim como equivalente.



causar

Evite repetir. Use também originar, motivar, provocar, produzir, gerar, levar a, criar.



constatar

Evite repetir. Alterne com atestar, apurar, averiguar, certificar-se, comprovar, evidenciar, observar, notar, perceber, registrar, verificar.



dado / visto / haja vista

Os particípios dado e visto têm valor passivo e concordam em gênero e número com o substantivo a que se referem:

Dados o interesse e o esforço demonstrados, optou-se pela permanência do servidor em sua função.

Dadas as circunstâncias...

Vistas as provas apresentadas, não houve mais hesitação no encaminhamento do inquérito.

Já a expressão haja vista, com o sentido de uma vez que ou seja considerado, veja-se, é invariável:

O servidor tem qualidades, haja vista o interesse e o esforço demonstrados.



de forma que, de modo que/de forma a, de modo a

De forma (ou maneira, modo) que nas orações desenvolvidas: Deu amplas explicações, de forma que tudo ficou claro.

De forma (maneira ou modo) a nas orações reduzidas de infinitivo: Deu amplas explicações, de forma (maneira ou modo) a deixar tudo claro. São descabidas na língua escrita as pluralizações orais vulgares *de formas (maneiras ou modos) que...



detalhar

Evite repetir; alterne com particularizar, pormenorizar, delinear, minudenciar.



devido a

Evite repetir; utilize igualmente em virtude de, por causa de, em razão de, graças a, provocado por.





dirigir

Quando empregado com o sentido de encaminhar, alterne com transmitir, mandar, encaminhar, remeter, enviar, endereçar.



em face de

Sempre que a expressão em face de equivaler a diante de, é preferível a regência com a preposição de; evite, portanto, face a, frente a.



enquanto

Conjunção proporcional equivalente a ao passo que, à medida que. Evitar a construção coloquial enquanto que.



especialmente

Use também principalmente, mormente, notadamente, sobretudo, nomeadamente, em especial, em particular.





inclusive

Advérbio que indica inclusão; opõe-se a exclusive. Evite-se o seu abuso com o sentido de ‘até’; nesse caso utilize o próprio até ou ainda, igualmente, mesmo, também, ademais.



informar

Alterne com comunicar, avisar, noticiar, participar, inteirar, cientificar, instruir, confirmar, levar ao conhecimento, dar conhecimento; ou perguntar, interrogar, inquirir, indagar.



no sentido de

Empregue também com vistas a, a fim de, com o fito (objetivo, intuito, fim) de, com a finalidade de, tendo em vista ou mira, tendo por fim.



onde

Como pronome relativo significa em que (lugar): A cidade onde nasceu. O país onde viveu. Evite, pois, construções como “a lei onde é fixada a pena” ou “o encontro onde o assunto foi tratado”.

Nesses casos, substitua onde por em que, na qual, no qual, nas quais, nos quais.

O correto é, portanto: a lei na qual é fixada a pena, o encontro no qual (em que) o assunto foi tratado.



operacionalizar

Neologismo verbal de que se tem abusado. Prefira realizar, fazer, executar, levar a cabo ou a efeito, praticar, cumprir, desempenhar, produzir, efetuar, construir, compor, estabelecer.



posição / posicionamento

Posição pode ser alterado com postura, ponto de vista, atitude, maneira, modo. Posicionamento significa ‘disposição, arranjo’, e não deve ser confundido com posição.



relativo a

Empregue também referente a, concernente a, tocante a, atinente a, pertencente a, que diz respeito a, que trata de, que respeita.



ressaltar

Varie com destacar, sublinhar, salientar, relevar, distinguir, sobressair.



tratar (de)

Empregue também contemplar, discutir, debater, discorrer, cuidar, versar, referir-se, ocupar-se de.

domingo, 30 de maio de 2010

ADJETIVO

Adjetivo

Adjetivo é a classe gramatical que modifica um substantivo, atribuindo-lhe qualidade, estado ou modo de ser.

Um adjetivo normalmente exerce uma dentre três funções sintáticas na oração: Aposto explicativo, adjunto adnominal ou predicativo.

Os adjetivos podem ser

Adjetivo explicativo

É o adjetivo que denota qualidade essencial do ser, qualidade inerente, ou seja, qualidade que não pode ser retirada do substantivo. Por exemplo, todo homem é mortal, todo fogo é quente, todo leite é branco, então mortal, quente e branco são adjetivos explicativos, em relação a homem, fogo e leite.

Adjetivo restritivo

É o adjetivo que denota qualidade adicionada ao ser, ou seja, qualidade que pode ser retirada do substantivo. Por exemplo, nem todo homem é inteligente, nem todo fogo é alto, nem todo leite é enriquecido, então inteligente, alto e enriquecido são adjetivos restritivos, em relação a homem,




fogo e leite.

Obs.: Sempre que o adjetivo estiver imediatamente após o substantivo qualificado por ele, teremos o seguinte: Se ele for adjetivo explicativo, deverá estar entre vírgulas e funcionará sintaticamente como aposto explicativo; se for adjetivo restritivo, não poderá estar entre vírgulas e funcionará como adjunto adnominal.

Por exemplo: O homem, mortal, age como um ser imortal. Nessa frase, mortal é adjetivo explicativo, pois indica uma qualidade essencial do substantivo, por isso está entre vírgulas e sua função sintática é a de aposto explicativo.

Já na frase O homem inteligente lê mais. inteligente é adjetivo restritivo, pois indica uma qualidade adicionada ao substantivo, por isso não está entre vírgulas e sua função sintática é a de adjunto adnominal.

Perceba que inteligente, apesar de não ser essencial a todos os homens, é especificamente ao universo
de homens dos quais estamos falando. Caso o adjetivo restritivo esteja entre vírgulas, funcionará como
predicativo. Por exemplo: O diretor, preocupado, atendeu ao telefone.

Perceba que preocupado não é uma qualidade essencial a todos os homens nem o é ao diretor de quem estamos falando; o diretor possui a qualidade de preocupado apenas em um determinado momento - essa é a diferença entre o adjunto adnominal e o predicativo.

Orações Subordinadas Adjetivas

As orações subordinadas adjetivas são aquelas que funcionam como um adjetivo, modificando o substantivo. Sempre são iniciadas por um pronome relativo e podem ser denominadas de explicativas e de restritivas, tais quais os adjetivos.

Oração Subordinada Adjetiva Explicativa

É a oração que funciona como o adjetivo explicativo, ou seja, denota uma qualidade essencial do substantivo, deve estar entre vírgulas e funciona como aposto explicativo. Por exemplo: O homem, que é mortal, age como um ser imortal.

Há outra oração que funciona como aposto explicativo: a oração subordinada substantiva apositiva . A diferença é que esta não explica o significado do substantivo anterior, mas sim o contexto da frase anterior. Por exemplo, a frase Todos temos conhecimento de uma verdade: que o Brasil é o maior país da América do Sul. possui uma oração subordinada substantiva apositiva (que o Brasil é o maior país da América do Sul), que explica o contexto da frase anterior, e não o significado da palavra verdade.

Oração Subordinada Adjetiva Restritiva

É a oração que funciona como o adjetivo restritivo, ou seja, denota uma qualidade adicionada ao substantivo, não pode estar entre vírgulas e funciona como adjunto adnominal. Por exemplo: O homem que é inteligente lê mais. O nome restritivo se deve ao fato de que a oração restringe o significado do substantivo anterior, ou seja, a oração apresentada significa que apenas os homens que são inteligentes lêem mais, os outros não. É assim que se comprova a existência de uma oração subordinada adjetiva restritiva: usando a expressão somente... ,os outros não.



Adjetivo Pátrio

É o adjetivo que Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. Observe alguns deles:

Estados e cidades brasileiros:

Acre = acreano Alagoas = alagoano Amapá = amapaense
Aracaju = aracajuano ou aracajuense Amazonas = amazonense ou baré Belém (PA) = belenense
Belo Horizonte = belo-horizontino
Boa Vista = boa-vistense




Brasília = brasiliense
Cabo Frio = cabo-friense
Campinas = campineiro ou campinense
Curitiba = curitibano
Espírito Santo = espírito-santense ou capixaba
Fernando de Noronha = noronhense Florianópolis = florianopolitano Fortaleza = fortalense
Goiânia = goianiense
João Pessoa = pessoense
Macapá = macapaense
Maceió = maceioense Manaus = manauense Maranhão = maranhense Marajó = marajoara
Natal = natalense ou papa-jerimum
Porto Alegre = porto-alegrense
Porto Velho = porto-velhense
Ribeirão Preto = ribeiropretense
Rio de Janeiro (estado) = fluminense
Rio de Janeiro (cidade) = carioca
Rio Branco = rio-branquense
Rio Grande do Norte = rio-grandense-do-norte, norte-rio-grandense ou potiguar Rio Grande do Sul = rio-grandense-do-sul, sul-rio-grandense ou gaúcho. Rondônia = rondoniano
Roraima = roraimense
Salvador (BA) = salvadorense ou soteropolitano
Santa Catarina = catarinense, catarineta ou barriga-verde
Santarém = santarense
São Paulo (estado) = paulista
São Paulo (cidade) = paulistano
Sergipe = sergipano Teresina = teresinense Tocantins = tocantinense

Países

Croácia = croata
Costa Rica= costa-riquense
Curdistão = curdo
Estados Unidos = estadunidense, norte-americano ou ianque. El Salvador = salvadorenho
Guatemala = guatemalteco
Índia = indiano ou hindu (os que professam o hinduísmo) Irã = iraniano
Israel = israelense ou israelita Moçambique = moçambicano Mongólia = mongol ou mongólico
Panamá = panamenho
Porto Rico = porto-riquenho
Somália = somali

Adjetivos pátrios compostos

Na formação de adjetivos pátrios compostos, o primeiro elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita. Observe alguns exemplos:

África = afro- / Cultura afro-americana
Alemanha = germano- ou teuto- / Competições teuto-inglesas
América = américo- / Companhia américo-africana
Ásia = ásio- / Encontros ásio-europeus
Áustria = austro- / Peças austro-búlgaras
Bélgica = belgo- / Acampamentos belgo-franceses
China = sino- / Acordos sino-japoneses
Espanha = hispano- / Mercado hispano-português
Europa = euro- / Negociações euro-americanas
França = franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas




Grécia = greco- / Filmes greco-romanos Índia = indo- / Guerras indo-paquistanesas Inglaterra = anglo- / Letras anglo-portuguesas Itália = ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa Japão = nipo- / Associações nipo-brasileiras Portugal = luso- / Acordos luso-brasileiros

Locução Adjetiva

Em muitos casos, prefere-se usar, no lugar de um adjetivo, uma expressão formada por mais de uma palavra para caracterizar o substantivo. Essa expressão, que tem o mesmo valor e o mesmo sentido de um adjetivo, recebe o nome de locução adjetiva. Observe alguns exemplos:


de águia = aquilino de aluno = discente de anjo = angelical de ano = anual
de aranha = aracnídeo
de asno = asinino
de baço = esplênico de bispo = episcopal de bode = hircino
de boi = bovino
de bronze = brônzeo ou êneo
de cabelo = capilar
de cabra = caprino
de campo = campestre ou rural
de cão = canino
de carneiro = arietino
de cavalo = cavalar, eqüino, eqüídio ou hípico
de chumbo = plúmbeo
de chuva = pluvial
de cinza = cinéreo
de coelho = cunicular
de cobre = cúprico
de couro = coriáceo de criança = pueril de dedo = digital
de diamante = diamantino ou adamantino
de elefante = elefantino
de enxofre = sulfúrico
de esmeralda = esmeraldino
de estômago = estomacal ou gástrico
de falcão = falconídeo
de farinha = farináceo
de fera = ferino
de ferro = férreo
de fígado = figadal ou hepático
de fogo = ígneo
de gafanhoto = acrídeo de garganta = gutural de gelo = glacial
de gesso = gípseo
de guerra = bélico
de homem = viril ou humano
de ilha = insular
de intestino = celíaco ou entérico de inverno = hibernal ou invernal de lago = lacustre
de laringe = laríngeo
de leão = leonino
de lebre = leporino
de lobo = lupino
de lua = lunar ou selênico
de macaco = simiesco, símio ou macacal
de madeira = lígneo
de marfim = ebúrneo ou ebóreo

de mestre = magistral
de monge = monacal
de neve = níveo ou nival
de nuca = occipital
de orelha = auricular
de ouro = áureo
de ovelha = ovino
de paixão = passional
de pâncreas = pancreático
de pato = anserino
de peixe = písceo ou ictíaco
de pombo = columbino
de porco = suíno ou porcino
de prata = argênteo ou argírico
dos quadris = ciático
de raposa = vulpino
de rio = fluvial
de serpente = viperino
de sonho = onírico
de terra = telúrico, terrestre ou terreno
de trigo = tritício
de urso = ursino
de vaca = vacum de velho = senil de vento = eólico de verão = estival
de vidro = vítreo ou hialino
de virilha = inguinal
de visão = óptico ou ótico




Flexões do Adjetivo

Gênero e Número

O adjetivo concorda com o substantivo a que se refere em gênero e número (masculino e feminino; singular e plural). Caso o adjetivo seja representado por um substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que estiver qualificando um elemento for, originalmente, um substantivo, ela manterá sua forma primitiva e passará a ser denominado de substantivo adjetivado. Por exemplo, a palavra cinza é originalmente um substantivo, porém, se estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. Ficará, então invariável. Camisas cinza, ternos cinza.


Ex.


Carros amarelos e motos vinho. Telhados marrons e paredes musgo. Espetáculos gigantescos e comícios monstro.


Adjetivo composto

Com raras exceções, o adjetivo composto tem seus elementos ligados por hífen. Apenas o último elemento concorda com o substantivo a que se refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Caso um dos elementos que formam o adjetivo composto seja um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto ficará invariável. Por exemplo, a palavra rosa é originalmente um substantivo, porém, se estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra palavra por hífen, formará um adjetivo composto; como é um substantivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará invariável. Camisas rosa-claro. Ternos rosa-claro.


Ex.


Olhos verde-claros.
Calças azul-escuras e camisas verde-mar. Telhados marrom-café e paredes verde-claras.


Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer adjetivo composto iniciado por cor-de-... são sempre invariáveis.

Os adjetivos compostos surdo-mudo e pele-vermelha têm os dois elementos flexionados.


Graus do Adjetivo

Comparativo

compara uma qualidade entre dois elementos ou duas qualidade de um mesmo elemento. São três os comparativos:
de superioridade: Para alguns alunos, Português é mais fácil que Química.
de igualdade: Para alguns alunos, Português é tão fácil quanto Química.
de inferioridade: Para alguns alunos, Português é menos fácil que Química.
Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas (melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações feitas entre duas qualidades de um mesmo elemento, devem-se usar as formas
analíticas mais bom, mais mau, mais grande e mais pequeno. Por exemplo, Pedro é maior do que
Paulo, pois está-se fazendo a comparação de dois elementos, mas Pedro é mais grande que pequeno, pois está-se fazendo a comparação de duas qualidades de um mesmo elemento.
Ex. Edmundo foi condenado, mas tenho certeza de que ele é mais bom do que mau.
Joaquim é mais bom do que esperto.

Superlativo

Engrandece a qualidade de um elemento. São dois os superlativos de um adjetivo:

Superlativo absoluto

analítico = o adjetivo é modificado por um advérbio: Ex. Carla é muito inteligente.
sintético = quando há o acréscimo de um sufixo (-íssimo, -érrimo, -ílimo)
Ex. Carla é inteligentíssima.

Superlativos absolutos sintéticos eruditos



Alguns adjetivos no grau superlativo absoluto sintético apresentam a primitiva forma latina, daí serem chamados de eruditos. Por exemplo, o adjetivo magro possui dois superlativos absolutos sintéticos: o normal, magríssimo, e o erudito, macérrimo.

Eis uma pequena lista de superlativos absolutos sintéticos:

benéfico = beneficentíssimo bom = boníssimo ou ótimo célebre = celebérrimo comum = comuníssimo
cruel = crudelíssimo difícil = dificílimo doce = dulcíssimo
fácil = facílimo fiel = fidelíssimo frágil = fragílimo
frio = friíssimo ou frigidíssimo
humilde = humílimo jovem = juveníssimo livre = libérrimo
magnífico = magnificentíssimo magro = macérrimo ou magríssimo manso = mansuetíssimo
mau = péssimo nobre = nobilíssimo pequeno = mínimo
pobre = paupérrimo ou pobríssimo
preguiçoso = pigérrimo próspero = prospérrimo sábio = sapientíssimos
agrado = sacratíssimo

Superlativo relativo

de superioridade = Enaltece a qualidade do substantivo como "o mais" dentre todos os outros. Ex. Carla é a mais inteligente.
sintético = Enaltece a qualidade do substantivo como "o menos" dentre todos os outros. Ex. Carla é a menos inteligente.


Exercícios

1- "(...) No fundo o imponente castelo. No primeiro plano a íngreme ladeira que conduz ao castelo. Descendo a ladeira numa disparada louca o fogoso ginete.
Montado no ginete o apaixonado caçula do castelão inimigo de capacete prateado com plumas brancas. E
atravessada no ginete a formosa donzela desmaiada entregando ao vento os cabelos cor de carambola." (A. de Alcântara Machado, Carmela).
“(...) íamos, se não me engano, pela rua das Mangueiras, quando voltando-nos, vimos um carro elegante
que levavam a trote largo dois fogosos cavalos. Uma encantadora menina, sentada ao lado de uma senhora idosa, se recostava preguiçosamente sobre o macio estofo e deixava pender pela cobertura
derreada do carro a mão pequena que brincava com um leque de penas escarlates." José de Alencar, Lucíola).

Nesses excertos, observa-se que a maioria dos substantivos são modificados por adjetivos ou expressões equivalentes.
Comparando os dois textos:
a) aponte em cada um deles o efeito produzido por tal recurso lingüístico b) justifique sua resposta.

2- "Os homens são os melhores fregueses" - os melhores encontra-se no grau:
a) comparativo de superioridade.
b) superlativo relativo de superioridade. c) superlativo absoluto sintético.
d) superlativo absoluto analítico de superioridade.

3- O desagradável da questão era vê-lo de mau humor depois da troca de turno. Na frase acima, as palavras destacadas comportam-se, respectivamente, como:


a) substantivo, adjetivo, substantivo. b) adjetivo, advérbio, verbo.
c) substantivo, adjetivo, verbo.
d) substantivo, advérbio, substantivo. e) adjetivo, adjetivo, verbo.

4- Em algumas gramáticas, o adjetivo vem definido como sendo “a palavra que modifica o substantivo". Assinale a alternativa em que o adjetivo destacado contraria a definição.
a) Li um livro lindo.
b) Beber água é saudável. c) Cerveja gelada faz mal.
d) Gente fina é outra coisa!
e) Ele parece uma pessoa simpática.

5- Indique a alternativa em que não é atribuída a idéia de superlativo ao adjetivo. a) É uma idéia agradabilíssima.
b) Era um rapaz alto, alto, alto.
c) Saí de Iá hipersatisfeito.
d) Almocei tremendamente bem.
e) É uma moça assustadoramente alta.

6- Siga o modelo: modificação da paisagem – modificação paisagística
a) água da chuva
b) exageros da paixão
c) atitudes de criança
d) soro contra veneno de serpente

7- Dê o superlativo absoluto sintético de:
a) feliz b) livre

8- Faça conforme o modelo: alma de fora – alma exterior
a) imagem do espelho
b) parede de vidro
c) imposição da lei
d) comprimento da linha

9- Dê os adjetivos equivalentes às expressões em destaque. a) programa da tarde
b) ciclo da vida
c) representante dos alunos

10- Passe para o plural. a) borboleta azul-clara
b) borboleta cor-de-laranja

11- Dadas as afirmações de que os adjetivos correspondentes aos substantivos:
1. enxofre
2. chumbo
3. prata
São, respectivamente,
1. sulfúreo 2. plúmbeo 3. argênteo Verificamos que está (estão) correta(s): a) apenas a afirmação 1 .
b) apenas a afirmação 2. c) apenas a afirmação 3.
d) apenas as afirmações 1 e 2.
e) todas as afirmações.

12- Relacione a primeira coluna à segunda. (1) água ( ) pluvial
(2) chuva ( ) ebúrneo
(3) gato ( ) felino
(4) marfim ( ) aquilino
(5) prata ( ) argênteo
(6) rio
(7) não consta da lista
A seqüência correta é:
a) 7, 7, 3, 1,;7.


b) 6, 3, 7, 1,4. c) 2, 4, 3, 7, 5. d) 2, 4, 7, 1, 7.

13- Os superlativos absolutos sintéticos de comum, soberbo, fiel, miúdo são, respectivamente:
a) comuníssimo, super, fielísimo, minúsculo. b)comuníssimo, sobérrimo, fidelíssimo, minúsculo.
c) comuníssimo, superbíssimo, fidelíssimo, minutíssimo. d) comunérrimo, sobérrimo, fidelíssimo, miudérrimo.
e) comunérrimo, sobérrimo, fielíssimo, minutissimo.

14- Os adjetivos Iígneo, gípseo, níveo, braquial significam, respectivamente:
a) lenhoso, feito de gesso, alvo, relativo ao braço.
b) lenhoso, feito de gesso, nivelado, relativo ao crânio. c) lenhoso, rotativo, abalizado, relativo ao crânio.
d) associado, rotativo, nivelado, relativo ao braço.
e) associado, feito de gesso, abalizado, relativo ao crânio.

15- Aponte a alternativa incorreta quanto à correspondência entre a locução e o adjetivo. a) glacial (de gelo); ósseo (de osso)
b) fraternal (de irmão); argênteo (de prata)
c) farináceo (de farinha); pétreo (de pedra)
d) viperino (de vespa); ocular (de olho)
e) ebúrneo (de marfim); insípida (sem sabor)

16- O plural de terno azul-claro, terno verde-mar é, respectivamente:
a) ternos azuis-claros, ternos verdes-mares. b) ternos azuis-claros, ternos verde-mares.
c) ternos azul-claro, ternos verde-mar.
d) ternos azul-claros, ternos verde-mar. e) ternos azuis-claro, ternos verde-mar.

17- Marque:
a) se I e II forem verdadeiras b) se I e III forem verdadeiras
c) se II e III forem verdadeiras
d) se todas forem verdadeiras e) se todas forem falsas
"... eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor..."
I. No primeiro caso, autor é substantivo; defunto é adjetivo. II. No segundo caso, defunto é substantivo; autor é adjetivo.
III. Em ambos os casos, tem-se um substantivo composto.

18- Assinale a alternativa em que o termo cego(s) é um adjetivo.
a) "Os cegos, habitantes de um mundo esquemático, sabem aonde ir..."
b) "O cego de Ipanema representava naquele momento todas as alegorias da noite escura da alma..." c) "Todos os cálculos do cego se desfaziam na turbulência do álcool."
d) "Naquele instante era só um pobre cego."
e) "... da Terra que é um globo cego girando no caos."

19- Observe as proposições abaixo:
O1.Poucos autores escrevem poemas herói-cômicos.
02. Os cabelos castanhos-escuros emolduravam-lhe o semblante juvenil.
04. Vestidos vermelhos e amarelo-laranja foram os mais vendidos na exposição.
08. As crianças surdo-mudas foram encaminhadas à clinica para tratamento.
16. Discutiu-se muito a respeito de ciências político-sociais na última assembléia dos professores.
32. As sociedades luso-brasileira adquiriram novos livros de autores portugueses. Marque as frases corretas e some os valores que lhes são atribuídos.

20- O adjetivo está mal flexionado em grau em:
a) livre: libérrimo
b) magro: macérrimo c) doce: docílimo
d) triste: tristíssimo
e) fácil: facílimo

21- Sigao exemplo:
Não chame a torre de alta, mas de altíssima. Não considero sua atitude nobre, mas (*).



22- No trecho "... o homem não fala simplesmente uma língua, não a usa, como mero instrumento de comunicação...", o termo sublinhado é um:
a) substantivo e significa "simples".
b) advérbio e significa "genuíno". c) adjetivo e significa "quase".
d) advérbio e significa ''estreme".
e) adjetivo e significa "puro".

23- Assinale a alternativa em que ambos os adjetivos não se flexionam em gênero. a) elemento motor, tratamento médico-dentário
b) esforço vão, pasçeio matinal
c) juiz arrogante, sentimento fraterno d) cientista hindu, homem célebre
e) costume andaluz, manual Iúdico-instrutivo

24- Das frases abaixo, apenas uma apresenta adjetivo no comparativo de superioridade, assinale-a. a) A palmeira é a mais alta árvore deste lugar.
b) Guardei as melhores recordações daquele dia, c) A Lua é menor do que a Terra.
d) Ele é o maior aluno de sua turma.
e) O mais alegre dentre os colegas era Ricardo.

25- Dê o grau normal dos superlativos:
a) macérrimo b) tetérrimo
c) minutíssimo
d) personalíssimo e) feracíssimo

26- Relativamente à concordância dos adjetivos compostos indicativos de cor, uma, dentre as seguintes alternativas, está errada. Qual?
a) saia amarelo-ouro b) papel amarelo-ouro
c) caixa vermelho-sangue d) caixa vermelha-sangue e) caixas vermelho-sangue

RESPOSTAS

1. a) Por se tratar de textos narrativos, a adjetivação tem caráter descritivo e não argumentativo. E ambos os textos, nota-se uma caracterização enaltecedora, que desenha um quadro idealizado cujos elementos se aproximam da perfeição. No segundo texto, essa construção é o objetivo do escritor; no primeiro, o escritor faz referência a certo tipo de escrito em que os elementos apresentados são sempre os mesmos – sempre idealizados, sempre caracterizado pelos mesmos adjetivos.
b) Deve-se notar o uso dos artigos definidos no primeiro texto que substantivam as expressões a que se referem – não é um castelo, é o “imponente castelo” das típicas histórias românticas. Esse
tratamento permite perceber que o primeiro texto é metalinguístico.


2. b
3. a
4. b
5. d
6. a) pluvial b)passionais
c) infantis, pueris
d) antiofídico
7. a) felicíssimo b) libérrimo
8. a) especular b) vítrea
c) legal d) linear
9. a) vespertino
b) vital
c) discente
10. a) borboletas azul-claras
b) Borboletas cor-de-laranja
11. e

12. c
13. c
14. a
15. d
16. d
17. a
18. e
19. 01+04+16=21
20. c
21. nobilíssima
22. e
23. d
24. c
25. a) magro
b) tetro (tétrico)
c) miúdo d) pessoal
e) feraz ( fértil, fecundo)
26. d

Numeral

Numeral

É a palavra que indica a quantidade de elementos ou sua ordem de sucessão. Dependendo do que o numeral indica, ele pode ser:

Cardinal: É o numeral que indica a quantidade de seres.

Ordinal: É o numeral que indica a ordem de sucessão, a posição ocupada por um ser numa determinada série.

Multiplicativo: É o numeral que indica a multiplicação de seres.

Fracionário: É o numeral que indica divisão, fração.


Cardinais e Ordinais


Algarismos Romanos Algarismos
Arábicos
Numerais Cardinais
Numerais Ordinais
I 1 UM PRIMEIRO
II 2 DOIS SEGUNDO
III 3 TRÊS TERCEIRO
IV 4 QUATRO QUARTO
V 5 CINCO QUINTO
VI 6 SEIS SEXTO
VII 7 SETE SÉTIMO
VIII 8 OITO OITAVO
IX 9 NOVE NONO
X 10 DEZ DÉCIMO
XI 11 ONZE DÉCIMO PRIMEIRO
XII 12 DOZE DÉCIMO SEGUNDO
XIII 13 TREZE DÉCIMO TERCEIRO
XIV 14 CATORZE / QUATORZE DÉCIMO QUARTO
XV 15 QUINZE DÉCIMO QUINTO
XVI 16 DEZESSEIS DÉCIMO SEXTO
XVII 17 DEZESSETE DÉCIMO SÉTIMO
XVIII 18 DEZOITO DÉCIMO OITAVO
XIX 19 DEZENOVE DÉCIMO NONO
XX 20 VINTE VIGÉSIMO
XXI 21 VINTE E UM VIGÉSIMO PRIMEIRO
XXX 30 TRINTA TRIGÉSIMO




XL 40 QUARENTA QUADRAGÉSIMO
L 50 CINQÜENTA QÜINQUAGÉSIMO
LX 60 SESSENTA SEXAGÉSIMO
LXX 70 SETENTA SEPTUAGÉSIMO / SETUAGÉSIMO
LXXX 80 OITENTA OCTOGÉSIMO
XC 90 NOVENTA NONAGÉSIMO
C 100 CEM CENTÉSIMO
CC 200 DUZENTOS DUCENTÉSIMO
CCC 300 TREZENTOS TRECENTÉSIMO
CD 400 QUATROCENTOS QUADRINGENTÉSIMO
D 500 QUINHENTOS QÜINGENTÉSIMO
DC 600 SEISCENTOS SEISCENTÉSIMO / SEXCENTÉSIMO
DCC 700 SETECENTOS SEPTINGENTÉSIMO
DCCC 800 OITOCENTOS OCTINGENTÉSIMO
CM 900 NOVECENTOS NONGENTÉSIMO / NONINGENTÉSIMO
M 1.000 MIL MILÉSIMO
10.000 DEZ MIL DEZ MILÉSIMOS
100.000 CEM MIL CEM MILÉSIMOS
1.000.000 UM MILHÃO MILIONÉSIMO
1.000.000.000 UM BILHÃO BILIONÉSIMO


Ex:


869º = Octingentésimo sexagésimo nono.
582º = Qüingentésimo octogésimo segundo.
916º = Noningentésimo décimo sexto.
759º = Septingentésimo qüinquagésimo nono.


Numerais Multiplicativos


2 dobro, duplo, dúplice
3 triplo, tríplice
4 quádruplo
5 quíntuplo
6 sêxtuplo
7 séptuplo
8 óctuplo
9 nônuplo
10 décuplo
11 undéclupo
12 duodécuplo
13 em diante cardinal + vezes
100 cêntuplo


Numerais Fracionários

2 meio / metade
3 terço
4 quarto
5 quinto
6 sexto
7 sétimo
8 oitavo
9 nono
10 décimo
11 onze avos
12 doze avos
100 centésimo


Emprego dos Numerais

01) Intercala-se a conjunção e entre as centenas e as dezenas e entre as dezenas e as unidades, mas entre os números que formam centena-dezena-unidade, nada se coloca; nem vírgula, nem e, a não ser




que seja centena ou dezena inteira..

Ex: 562.983.665 = Quinhentos e sessenta e dois milhões novecentos e oitenta e três mil seiscentos e sessenta e cinco

42.002 = Quarenta e dois mil e dois.
42.020 = Quarenta e dois mil e vinte.
42.200 = Quarenta e dois mil e duzentos.
42.220 = Quarenta e dois mil duzentos e vinte.

02) Na designação de séculos, reis, papas, príncipes, imperadores. capítulos, festas, feiras, etc., utilizam-se algarismos romanos. A leitura será por ordinal até X; a partir daí (XI, XII ...), por cardinal. Se o numeral preceder o substantivo, sempre será lido como ordinal.

Ex:XXXVIII Feira Agropecuária. = Trigésima oitava Feira Agropecuária. II Bienal Cultural = Segunda Bienal Cultural.
Papa João Paulo II = Papa João Paulo segundo. Papa João XXIII = Papa João vinte e três.

03) Os numerais ordinais acima de 1.999º têm duas leituras possíveis:

2.000º = O dois milésimo ou O segundo milésimo.
89.428 = O oitenta e nove milésimo quadringentésimo vigésimo oitavo ou O octogésimo nono milésimo quadringentésimo vigésimo oitavo

04) Zero, ambos e ambas também são numerais.


EXERCÍCIOS

1- Assinale a alternativa em que meio funciona como advérbio. a) Só quero meio quilo.
b) Achei-o meio triste.
c) Descobri o meio de acertar!
d) Parou no meio da rua.
e) Comprou um metro e meio.

2- Assinale o que estiver correto.
a) Seiscentismo se refere ao século XVI.
b) O algarismo romano da frase anterior se lê "décimo sexto". c) Duodécuplo significa duas vezes; dodecuplo, doze vezes.
d) Ambos os dois e forma e~lca correta.
e) Quadragésimo, quarentena, quadragésima, quaresma só aparentemente se referem a quarenta.

3- Assinale a alternativa incorreta.
a) 874º - octingentésimo septuagésimo quarto b) 398º - trecentésimo nonagésimo oitavo
c) 486º - quadringentésimo octogésimo sexto d) n.d.a.

4- Ele obteve o ... (123º) lugar. a) centésimo vigésimo terceiro
b) centésimo trigésimo terceiro
c) cento e vinte trigésimo
d) cento e vigésimo terceiro

5- Assinale o caso em que não haja expressão numérica de sentido indefinido. a) Ele é o duodécimo colocado.
b) Quer que veja este filme pela milésima vez?
c) "Na guerra os meus dedos disparam mil mortes."
d) "A vida tem uma só entrada; a saída é por cem portas." e) n.d.a.

6- Associe o sentido ao respectivo numeral coletivo. (1)período de seis anos
(2) período de cinco anos
(3) estrofe de dois versos




(4) período de cem anos
(5) agrupamento de dez coisas
( ) dístico
( ) decúria
( ) sexênio
( ) centúria
( ) lustro

7- Triplo e tríplice são numerais:
a) ordinal o primeiro e multiplicativo o segundo. b) ambos ordinais.
c) ambos cardinais.
d) ambos multiplicativos.
e) multiplicativo o primeiro e ordinal o segundo

8- Sabendo-se que os numerais podem ser cardinais, ordinais, multiplicativos e fracionários, podemos dar os seguintes exemplos:
a) uma (cardinal), primeiro (ordinal), leão onze (multiplicativo) e meio (fracionário).
b) um (cardinal), milésimo (ordinal), undécuplo (multiplicativo) e meio (fracionário). c) um (ordinal), primeiro (cardinal), leão onze (multiplicativo) e meio (fracionário).
d) um (ordinal), primeiro (cardinal), cêntuplo (multiplicativo) e centésimo (fracionário),
e) um (cardinal), primeiro (ordinal), duplo (multiplicativo), não existindo numeral denominado fracionário.

9- Assinale a alternativa correta.
a) 0s substantivos são, tabelião, pão, alemão e cidadão fazem o plural mudando -ão em -ães.
b) A torre e altíssima. A palavra destacada é adjetivo e está no grau superlativo absoluto analítico. c) Vendi todos os livros a uns alunos. As palavras destacadas são pronomes definidos.
d)O dobro do meu dinheiro é igual à metade do teu. As palavras destacadas são numerais multiplicadores.
e) Levaram-me o caderno. A palavra desta cada é pronome pessoal oblíquo.

RESPOSTAS

1- b
2- d
3- d
4- a
5- a
6- 3, 5, 1, 4, 2
7- d
8- b

Substantivo

Substantivo

Substantivo é tudo o que nomeia as "coisas" em geral. Substantivo é tudo o que pode ser visto, pego ou sentido.





Substantivo é tudo o que pode ser precedido de artigo .

Classificação e Formação

Substantivo Comum

Substantivo comum é aquele que designa os seres de uma espécie de forma genérica. Por exemplo
pedra, computador, cachorro, homem, caderno.

Substantivo Próprio

Substantivo próprio é aquele que designa um ser específico, determinado, individualizando-o. Por exemplo Maxi, Londrina, Dílson, Ester. O substantivo próprio sempre deve ser escrito com letra maiúscula.

Substantivo Concreto

Substantivo concreto é aquele que designa seres que existem por si só ou apresentam-se em nossa imaginação como se existissem por si. Por exemplo ar, som, Deus, computador, pedra, Ester.

Substantivo Abstrato

Substantivo abstrato é aquele que designa prática de ações verbais, existência de qualidades ou sentimentos humanos. Por exemplo saída (prática de sair), beleza (existência do belo), saudade.


Formação dos substantivos

Os substantivos, quanto à sua formação, podem ser:

Substantivo Primitivo

É primitivo o substantivo que não se origina de outra palavra existente na língua portuguesa. Por exemplo pedra, jornal, gato, homem.

Substantivo Derivado

É derivado o substantivo que provém de outra palavra da língua portuguesa. Por exemplo pedreiro, jornalista, gatarrão, homúnculo.

Substantivo Simples

É simples o substantivo formado por um único radical. Por exemplo pedra, pedreiro, jornal, jornalista.

Substantivo Composto

É composto o substantivo formado por dois ou mais radicais. Por exemplo pedra-sabão, homem-rã, passatempo.

Substantivo Coletivo

Substantivo Coletivo

É coletivo o substantivo no singular que indica diversos elementos de uma mesma espécie.

• abelha - enxame, cortiço, colméia
• acompanhante - comitiva, cortejo, séqüito
• alho - (quando entrelaçados) réstia, enfiada, cambada
• aluno - classe
• amigo - (quando em assembléia) tertúlia
• animal - em geral = piara, pandilha, todos de uma região = fauna; manada de cavalgaduras =
récua, récova; de carga = tropa; de carga, menos de 10 = lote; de raça, para reprodução = plantel;
ferozes ou selvagens = alcatéia
• anjo - chusma, coro, falange, legião, teoria
• apetrecho - (quando de profissionais) ferramenta, instrumental
• aplaudidor - (quando pagos) claque




• argumento - carrada, monte, montão, multidão
• arma - (quando tomadas dos inimigos) troféu
• arroz - batelada
• artigo - (quando heterogêneo) mixórdia
• artista - (quando trabalham juntos) companhia, elenco
• árvore - quando em linha = alameda, carreira, rua, souto; quando constituem maciço = arvoredo, bosque; quando altas, de troncos retos a aparentar parque artificial = malhada
• asneira - acervo, chorrilho, enfiada, monte
• asno - manada, récova, récua
• assassino - choldra, choldraboldra
• assistente - assistência
• astro - (quando reunidos a outros do mesmo grupo) constelação
• ator - elenco
• autógrafo - (quando em lista especial de coleção) álbum
• ave - (quando em grande quantidade) bando, nuvem
• avião - esquadrão, esquadria, flotilha
• bala - saraiva, saraivada
• bandoleiro - caterva, corja, horda, malta, súcia, turba
• bêbado - corja, súcia, farândola
• boi - boiada, abesana, armento, cingel, jugada, jugo, junta, manada, rebanho, tropa
• bomba - bateria
• borboleta - boana, panapaná
• botão - de qualquer peça de vestuário = abotoadura; quando em fileira = carreira
• burro - em geral = lote, manada, récua, tropa; quando carregado = comboio
• cabelo - em geral = chumaço, guedelha, madeixa; conforme a separação = marrafa, trança
• cabo - cordame, cordoalha, enxárcia
• cabra - fato, malhada, rebanho
• cadeira - (quando dispostas em linha) carreira, fileira, linha, renque
• cálice - baixela
• camelo - (quando em comboio) cáfila
• caminhão - frota
• canção - quando reunidas em livro = cancioneiro; quando populares de uma região = folclore
• canhão - bateria
• cantilena - salsada
• cão - adua, cainçalha, canzoada, chusma, matilha
• capim - feixe, braçada, paveia
• cardeal - (em geral) sacro colégio, (quando reunidos para a eleição do papa) conclave, (quando reunidos sob a direção do papa) consistório
• carneiro - chafardel, grei, malhada, oviário, rebanho
• carro - quando unidos para o mesmo destino = comboio, composição; quando em desfile = corso
• carta - em geral = correspondência; quando manuscritas em forma de livro = cartapácio; quando geográficas = atlas
• casa - (quando unidas em forma de quadrados) quarteirão, quadra.
• cavaleiro - cavalgada, cavalhada, tropel
• cavalgadura - cáfila, manada, piara, récova, récua, tropa, tropilha
• cavalo - manada, tropa
• cebola - (quando entrelaçadas pelas hastes) cambada, enfiada, réstia
• chave - (quando num cordel ou argola) molho (mó), penca
• célula - (quando diferenciadas igualmente) tecido
• cereal - em geral = fartadela, fartão, fartura; quando em feixes = meda, moréia
• cigano - bando, cabilda, pandilha
• cliente - clientela, freguesia
• coisa - em geral = coisada, coisarada, ajuntamento, chusma, coleção, cópia, enfiada; quando antigas e em coleção ordenada = museu; quando em lista de anotação = rol, relação; em quantidade que se pode abranger com os braços = braçada; quando em série = seqüência, série, seqüela, coleção;
quando reunidas e sobrepostas = monte, montão, cúmulo
• copo - baixela
• corda - (em geral) cordoalha, (quando no mesmo liame) maço, (de navio) enxárcia, cordame, massame, cordagem
• correia - (em geral) correame, (de montaria) apeiragem
• credor - junta, assembléia
• crença - (quando populares) folclore
• crente - grei, rebanho
• depredador - horda
• deputado - (quando oficialmente reunidos) câmara, assembléia
• desordeiro - caterva, corja, malta, pandilha, súcia, troça, turba
• diabo - legião




• dinheiro - bolada, bolaço, disparate
• disco - discoteca
• disparate - apontoado
• doze - (coisas ou animais) dúzia
• elefante - manada
• empregado - (quando de firma ou repartição) pessoal
• escola - (quando de curso superior) universidade
• escravo - (quando da mesma morada) senzala, (quando para o mesmo destino) comboio, (quando aglomerados) bando
• escrito - (quando em homenagem a homem ilustre) poliantéia, (quando literários) analectos,
antologia, coletânea, crestomatia, espicilégio, florilégio, seleta
• espectador - (em geral) assistência, auditório, concorrência, (quando contratados para aplaudir)
claque
• espiga - (quando atadas) amarrilho, arregaçada, atado, atilho, braçada, fascal, feixe, gavela, lio, molho, paveia
• estaca - (quando fincadas em forma de cerca) paliçada
• estado - (quando unidos em nação) federação, confederação, república
• estampa - (quando selecionadas) iconoteca, (quando explicativas) atlas
• estrela - (quando cientificamente agrupadas) constelação, (quando em quantidade) acervo, (quando em grande quantidade) miríade
• estudante - (quando da mesma escola) classe, turma, (quando em grupo cantam ou tocam)
estudantina, (quando em excursão dão concertos) tuna, (quando vivem na mesma casa) república
• facínora - caterva, horda, leva, súcia
• feijão - (quando comerciáveis) batelada, partida
• feiticeiro - (quando em assembléia secreta) conciliábulo
• feno - braçada, braçado
• filhote - (quando nascidos de uma só vez) ninhada
• filme - filmoteca, cinemoteca
• fio - (quando dobrado) meada, mecha, (quando metálicos e reunidos em feixe) cabo
• flecha - (quando caem do ar, em porção) saraiva, saraivada
• flor - (quando atadas) antologia, arregaçada, braçada, fascículo, feixe, festão, capela, grinalda, ramalhete, buquê, (quando no mesmo pedúnculo) cacho
• foguete - (quando agrupados em roda ou num travessão) girândola
• força naval - armada
• força terrestre - exército
• formiga - cordão, correição, formigueiro
• frade - (quando ao local em que moram) comunidade, convento, (quanto ao fundador ou quanto às regras que obedecem) ordem
• frase - (quando desconexas) apontoado
• freguês - clientela, freguesia
• fruta - (quando ligadas ao mesmo pedúnculo) cacho, (quanto à totalidade das colhidas num ano)
colheita, safra
• fumo - malhada
• gafanhoto - nuvem, praga
• garoto - cambada, bando, chusma
• gato - cambada, gatarrada, gataria
• gente - (em geral) chusma, grupo, multidão, (quando indivíduos reles) magote, patuléia, poviléu
• grão - manípulo, manelo, manhuço, manojo, manolho, maunça, mão, punhado
• graveto - (quando amarrados) feixe
• gravura - (quando selecionadas) iconoteca
• habitante - (em geral) povo, população, (quando de aldeia, de lugarejo) povoação
• herói - falange
• hiena - alcatéia
• hino - hinário
• ilha - arquipélago
• imigrante - (quando em trânsito) leva, (quando radicados) colônia
• índio - (quando formam bando) maloca, (quando em nação) tribo
• instrumento - (quando em coleção ou série) jogo, ( quando cirúrgicos) aparelho, (quando de artes e ofícios) ferramenta, (quando de trabalho grosseiro, modesto) tralha
• inseto - (quando nocivos) praga, (quando em grande quantidade) miríade, nuvem, (quando se
deslocam em sucessão) correição
• javali - alcatéia, malhada, vara
• jornal - hemeroteca
• jumento - récova, récua
• jurado - júri, conselho de sentença, corpo de jurados
• ladrão - bando, cáfila, malta, quadrilha, tropa, pandilha
• lâmpada - (quando em fileira) carreira, (quando dispostas numa espécie de lustre) lampadário




• leão - alcatéia
• lei - (quando reunidas cientificamente) código, consolidação, corpo, (quando colhidas aqui e ali)
compilação
• leitão - (quando nascidos de um só parto) leitegada
• livro - (quando amontoados) chusma, pilha, ruma, (quando heterogêneos) choldraboldra, salgalhada, (quando reunidos para consulta) biblioteca, (quando reunidos para venda) livraria, (quando
em lista metódica) catálogo
• lobo - alcatéia, caterva
• macaco - bando, capela
• malfeitor - (em geral) bando, canalha, choldra, corja, hoste, joldra, malta, matilha, matula, pandilha, (quando organizados) quadrilha, seqüela, súcia, tropa
• maltrapilho - farândola, grupo
• mantimento - (em geral) sortimento, provisão, (quando em saco, em alforge) matula, farnel, (quando em cômodo especial) despensa
• mapa - (quando ordenados num volume) atlas, (quando selecionados) mapoteca
• máquina - maquinaria, maquinismo
• marinheiro - maruja, marinhagem, companha, equipagem, tripulação, chusma
• médico - (quando em conferência sobre o estado de um enfermo) junta
• menino - (em geral) grupo, bando, (depreciativamente) chusma, cambada
• mentira - (quando em seqüência) enfiada
• mercadoria - sortimento, provisão
• mercenário - mesnada
• metal - (quando entra na construção de uma obra ou artefato) ferragem
• ministro - (quando de um mesmo governo) ministério, (quando reunidos oficialmente) conselho
• montanha - cordilheira, serra, serrania
• mosca - moscaria, mosquedo
• móvel - mobília, aparelho, trem
• música - (quanto a quem a conhece) repertório
• músico - (quando com instrumento) banda, charanga, filarmônica, orquestra
• nação - (quando unidas para o mesmo fim) aliança, coligação, confederação, federação, liga, união
• navio - (em geral) frota, (quando de guerra) frota, flotilha, esquadra, armada, marinha, (quando reunidos para o mesmo destino) comboio
• nome - lista, rol
• nota - (na acepção de dinheiro) bolada, bolaço, maço, pacote, (na acepção de produção literária, científica) comentário
• objeto - V coisa
• onda - (quando grandes e encapeladas) marouço
• órgão - (quando concorrem para uma mesma função) aparelho, sistema
• orquídea - (quando em viveiro) orquidário
• osso - (em geral) ossada, ossaria, ossama, (quando de um cadáver) esqueleto
• ouvinte - auditório
• ovelha - (em geral) rebanho, grei, chafardel, malhada, oviário, (quando ainda não deram cria e nem estão prenhes) alfeire
• ovo - (os postos por uma ave durante certo tempo) postura, (quando no ninho) ninhada
• padre - clero, clerezia
• palavra - (em geral) vocabulário, (quando em ordem alfabética e seguida de significação) dicionário, léxico, (quando proferidas sem nexo) palavrório
• pancada - data
• pantera - alcatéia
• papel - (quando no mesmo liame) bloco, maço, (em sentido lato, de folhas ligadas e em sentido estrito, de 5 folhas) caderno, (5 cadernos) mão, (20 mãos) resma, (10 resmas) bala
• parente - (em geral) família, (em reunião) tertúlia
• partidário - facção, partido, torcida
• partido (político) - (quando unidos para um mesmo fim) coligação, aliança, coalização, liga
• pássaro - passaredo, passarada
• passarinho - nuvem, bando
• pau - (quando amarrados) feixe, (quando amontoados) pilha, (quando fincados ou unidos em cerca)
bastida, paliçada
• peça - (quando devem aparecer juntas na mesa) baixela, serviço, (quando artigos comerciáveis, em volume para transporte) fardo, (em grande quantidade) magote, (quando pertencentes à artilharia) bateria, (de roupas, quando enroladas) trouxa, (quando pequenas e cosidas umas às outras para não se extraviarem na lavagem) apontoado, (quando literárias) antologia, florilégio, seleta, silva, crestomatia, coletânea, miscelânea.
• peixe - (em geral e quando na água) cardume, (quando miúdos) boana, (quando em viveiro)
aquário, (quando em fileira) cambada, espicha, enfiada, (quando à tona) banco, manta
• pena - (quando de ave) plumagem
• peregrino - caravana, romaria, romagem




• pérola - (quando enfiadas em série) colar, ramal
• pessoa - (em geral) aglomeração, banda, bando, chusma, colméia, gente, legião, leva, maré, massa, mó, mole, multidão, pessoal, roda, rolo, troço, tropel, turba, turma, (quando reles) corja,
caterva, choldra, farândola, récua, súcia, (quando em serviço, em navio ou avião) tripulação, (quando em acompanhamento solene) comitiva, cortejo, préstito, procissão, séqüito, teoria, (quando ilustres) plêiade,
pugilo, punhado, (quando em promiscuidade) cortiço, (quando em passeio) caravana, (quando em assembléia popular) comício, (quando reunidas para tratar de um assunto) comissão, conselho, congresso, conclave, convênio, corporação, seminário, (quando sujeitas ao mesmo estatuto) agremiação,
associação, centro, clube, grêmio, liga, sindicato, sociedade
• pilha - (quando elétricas) bateria
• pinto - (quando nascidos de uma só vez) ninhada
• planta - (quando frutíferas) pomar, (quando hortaliças, legumes) horta, (quando novas, para replanta) viveiro, alfobre, tabuleiro, (quando de uma região) flora, (quando secas, para classificação) herbário.
• ponto - (de costura) apontoado
• porco - (em geral) manada, persigal, piara, vara, (quando do pasto) vezeira
• povo - (nação) aliança, coligação, confederação, liga
• prato - baixela, serviço, prataria
• prelado - (quando em reunião oficial) sínodo
• prisioneiro - (quando em conjunto) leva, (quando a caminho para o mesmo destino) comboio
• professor - (quando de estabelecimento primário ou secundário) corpo docente, (quando de faculdade) congregação
• quadro - (quando em exposição) pinacoteca, galeria
• querubim - coro, falange, legião
• recipiente - vasilhame
• recruta - leva, magote
• religioso- clero regular
• roupa - (quando de cama, mesa e uso pessoal) enxoval, (quando envoltas para lavagem) trouxa
• salteador - caterva, corja, horda, quadrilha
• saudade - arregaçada
• selo - coleção
• serra - (acidente geográfico) cordilheira
• servical - queira
• soldado - tropa, legião
• trabalhador - (quando reunidos para um trabalho braçal) rancho, (quando em trânsito) leva
• tripulante - equipagem, guarnição, tripulação
• utensílio - (quando de cozinha) bateria, trem, (quando de mesa) aparelho, baixela
• vadio - cambada, caterva, corja, mamparra, matula, súcia
• vara - (quando amarradas) feixe, ruma
• velhaco - súcia, velhacada

Gêneros uniforme e biforme

Os substantivos, quanto ao gênero, são masculinos ou femininos. Quanto às formas, eles podem ser:

01) Substantivos Biformes: Substantivos biformes são os que apresentam duas formas, uma para o masculino, outra para o feminino, com apenas um radical.
Ex.
• menino - menina.
• traidor - traidora.
• aluno - aluna
02) Substantivos Heterônimos: Substantivos heterônimos são os que apresentam duas formas, uma para o masculino, outra para o feminino, com dois radicais diferentes.
Ex.
• homem - mulher.
• bode - cabra.
• boi - vaca.

Substantivos Uniformes

Substantivos uniformes são os que apresentam apenas um forma, para ambos os gêneros. Os substantivos uniformes recebem nomes especiais, que são os seguintes:

Comum-de-dois

Os comuns-de-dois são os que têm uma só forma para ambos os gêneros, com artigos distintos: Eis




alguns exemplos:


• o / a estudante
• o / a imigrante
• o / a acrobata
• o / a agente
• o / a intérprete
• o / a lojista
• o / a patriota
• o / a mártir

• o / a viajante
• o / a artista
• o / a aspirante
• o / a atleta
• o / a camelô
• o / a chofer
• o / a fã
• o / a gerente

• o / a médium
• o / a porta-voz
• o / a protagonista
• o / a puxa-saco
• o / a sem-terra
• o / a sem-vergonha
• o / a xereta
• o / a xerife


Sobrecomum

Os sobrecomuns são os que têm uma só forma e um só artigo para ambos os gêneros: Eis alguns exemplos:


• o cônjuge
• a criança
• o carrasco
• o indivíduo
• o apóstolo
• o monstro
• a pessoa
• a testemunha

• o algoz
• o verdugo
• a vítima
• o tipo
• o animal
• o bóia-fria
• o cadáver
• a criatura

• o dedo-duro
• o defunto
• o gênio
• o ídolo
• o líder
• o membro
• o nó-cego
• o pão-duro

• o pé-frio
• o pé-quente
• a personagem
• o pivô
• a sentinela
• o sósia
• o sujeito
• o tira


Epiceno

Os epicenos são os que têm uma só forma e um só artigo para ambos os gêneros de certos animais, acrescentando as palavras macho e fêmea, para se distinguir o sexo do animal. Eis alguns exemplos:


• a girafa
• a andorinha
• a águia
• a barata
• a cobra
• o jacaré
• a onça
• o sabiá


• o tatu
• a anta
• a arara
• a borboleta
• o canguru
• o caranguejo
• a coruja
• o crocodilo

• o escorpião
• a formiga
• a girafa
• a mosca
• a onça
• a pantera
• o pernilongo
• o piolho

• a piranha
• a rã
• a raposa
• a tartaruga
• o tatu
• o urubu
• a zebra


Gênero vacilante

Existem alguns substantivos que trazem dificuldades, quanto ao gênero. Estude, então, com muita atenção estas listas:

São Masculinos


• o açúcar
• o afã
• o ágape
• o alvará
• o amálgama
• o anátema
• o aneurisma
• o antílope
• o apêndice
• o apetite
• o algoz
• o bóia-fria
• o caudal
• o cataclismo


São Femininos

• a abusão
• a acne

• o cônjuge
• o champanha
• o clã
• o cola-tudo
• o cós
• o coma
• o derma
• o diagrama
• o dó
• o diadema
• o decalque
• o epigrama
• o eclipse
• o estigma




• a agravante
• a aguarrás

• o estratagema
• o eczema
• o formicida
• o guaraná
• o gengibre
• o herpes
• o lança-perfume
• o haras
• o lotação
• o magma
• o matiz
• o magazine
• o milhar
• o nó-cego




• a alface
• a apendicite

• o pijama
• o pé-frio
• o plasma
• o pão-duro
• o sósia
• o suéter
• o talismã
• o toalete
• o tapa
• o telefonema
• o tira-teimas
• o xérox







• a aguardente
• a alcunha





• a aluvião
• a bacanal
• a benesse
• a bólide
• a couve
• a couve-flor
• a cal
• a cataplasma
• a comichão
• a derme

• a dinamite
• a debênture
• a elipse
• a ênfase
• a echarpe
• a entorse
• a enzima
• a faringe
• a ferrugem
• a fênix

• a gênese
• a grafite
• a ioga
• a libido
• a matinê
• a marmitex
• a mascote
• a mídia
• a nuança
• a omoplata

• a ordenança
• a omelete
• a própolis
• a patinete
• a quitinete
• a sentinela
• a soja
• a usucapião
• a vernissagem



Mudança de gênero com mudança de significado

Alguns substantivos, quando mudam de gênero, mudam também de significado. Eis alguns deles:

• o caixa = o funcionário
• a caixa = o objeto
• o capital = dinheiro
• a capital = sede de governo
• o coma = sono mórbido
• a coma = cabeleira, juba
• o grama = medida de massa
• a grama = a relva, o capim
• o guarda = o soldado
• a guarda = vigilância, corporação
• o guia = aquele que serve de guia, cicerone
• a guia = documento, formulário; meio-fio
• o moral = estado de espírito
• a moral = ética, conclusão
• o banana = o molenga.
• a banana = a fruta

Plural dos substantivos simples

Na pluralização de um substantivo simples, há de se analisar a terminação dele, a fim de acrescentar a desinência nominal de número. Vejamos, então, as possíveis terminações de um substantivo na Língua Portuguesa e sua respectiva pluralização:

Substantivos terminados em Vogal

Acrescenta-se a desinência nominal de número S. Ex.
• saci = sacis
• chapéu = chapéus
• troféu = troféus
• degrau = degraus.

Substativos terminados em ão

Fazem o plural em ões: Ex.
• gavião = gaviões
• formão = formões
• folião = foliões
• questão = questões

Fazem o plural em ães: Ex.
• escrivão = escrivães
• tabelião = tabeliães
• capelão = capelães
• sacristão = sacristães

Fazem o plural em ãos: Ex.
• artesão = artesãos




• cidadão = cidadãos
• cristão = cristãos
• pagão = pagãos
• todas as paroxítonas terminadas em ão. Por exemplo bênçãos, sótãos, órgãos.

Admitem mais de uma forma para o plural:

• aldeão = aldeões, aldeães, aldeãos
• ancião = anciões, anciães, anciãos
• ermitão = ermitões, ermitães, ermitãos
• pião = piões, piães, piãos
• vilão = vilões, vilães, vilãos
• alcorão = alcorões, alcorães
• charlatão = charlatões, charlatães
• cirurgião = cirurgiões, cirurgiães
• faisão = faisões, faisães
• guardião = guardiões, guardiães
• peão = peões, peães
• anão = anões, anãos
• corrimão = corrimões, corrimãos
• verão = verões, verãos
• vulcão = vulcões, vulcãos

Substantivos terminados em L Terminados em -al, -el, -ol ou -ul:
Troca-se o L por IS: Ex.
• vogal = vogais
• animal = animais
• papel = papéis
• anel = anéis
• paiol = paióis
• álcool = álcoois
• paul = pauis
Cuidado:
• mal = males
• cal = cais ou cales
• aval = avais ou avales
• mel = méis ou meles
• cônsul = cônsules
• real (moeda antiga) = réis

Terminados em -il

Palavras oxítonas

Troca-se a terminação L por S


Ex.


• cantil = cantis
• canil = canis
• barril = barris

Palavras paroxítonas ou proparoxítonas

Troca-se a terminação IL por EIS
Ex.

• fóssil = fósseis
Cuidado:
• projetil (oxítona) = projetis
• projétil (paroxítona) = projéteis
• reptil (oxítona) = reptis
• réptil (paroxítona) = répteis




Substantivos terminados em M

Troca-se o M por NS: Ex.
• item = itens
• nuvem = nuvens
• álbum = álbuns


Substantivos terminados em N

Soma-se S ou ES: Ex.
• hífen = hifens ou hífenes
• pólen = polens ou pólenes
• espécimen = espécimens ou especímenes

Substantivos terminados em R ou Z

Acrescenta-se ES: Ex.
• carácter ou caráter = caracteres
• sênior = seniores
• júnior = juniores

Substantivos terminados em X

Ficam invariáveis. Ex.
• o tórax = os tórax
• a fênix = as fênix
Substantivos terminados em S Palavras monossílabas ou oxítonas
Acrescenta-se ES. Ex.
• ás = ases
• deus = deuses
• ananás = ananases
Palavras paroxítonas ou proparoxítonas
Ficam invariáveis. Ex.
• os lápis.
• os tênis
• os atlas
Cuidado: Cais é invariável. Substantivos só usados no plural

• as calças
• as costas
• os óculos
• os parabéns
• as férias
• as olheiras
• as hemorróidas
• as núpcias
• as trevas
• os arredores

Substantivos terminados em ZINHO

Ignora-se a terminação -zinho, coloca-se no plural o substantivo no grau normal, ignora-se o s do plural, devolve-se o -zinho ao local original e, finalmente, acrescenta-se o s no final.
Por exemplo pãozinho: ignora-se o -zinho (pão); coloca-se no plural o substantivo no grau normal




(pães); ignora-se o s (pãe); devolve-se o -zinho (pãezinho); acrescenta-se o s (pãezinhos).


Ex.


• mulherzinha = mulher - mulheres - mulhere - mulherezinha - mulherezinhas.
• alemãozinho = alemão - alemães - alemãe - alemãezinho - alemãezinhos.
• barzinho = bar - bares - bare - barezinho - barezinhos.


Substantivos terminados em INHO, sem Z
Acrescenta-se S. Ex.
• lapisinho = lapisinhos
• patinho = patinhos
• chinesinho = chinesinhos

Plural com deslocamento da sílaba tônica

• carácter = caracteres
• espécimen = especímenes
• júnior = juniores
• sênior = seniores

Plural do substantivos compostos

Para se pluralizar um substantivo composto, os elementos que o formam devem ser analisados individualmente. Por exemplo, o substantivo composto couve-flor é composto por dois substantivos pluralizáveis, portanto seu plural será couves-flores; já o substantivo composto beija-flor é composto por um verbo, que é invariável, quanto à pluralização, e um substantivo pluralizável, portanto seu plural será beija-flores. Estudemos, então, os elementos que formam um substantivo composto e sua respectiva pluralização.

Substantivo / Adjetivo / Numeral

São elementos pluralizáveis, portanto, quando formarem um substativo composto, normalmente irão para o plural.
Ex.
• aluno-mestre = alunos-mestres
• erva-doce = ervas-doces
• alto-relevo = altos-relevos
• gentil-homem = gentis-homens
• segunda-feira = segundas-feiras
• cachorro-quente = cachorros-quentes

Pronome

Alguns pronomes admitem plural; outros, não. Por exemplo, os pronomes possessivos são pluralizáveis (meu - meus; nosso - nossos), mas os pronomes indefinidos, não (ninguém, tudo). Na formação de um substantivo composto o mesmo ocorre.
Ex.
• padre-nosso = padres-nossos
• Zé-ninguém = Zés-ninguém

Verbo / Advérbio / Interjeição

São elementos invariáveis, em relação à pluralização, portanto, quando formarem um substantivo composto, ficarão invariáveis.
Ex.
• pica-pau = pica-paus
• beija-flor = beija-flores
• alto-falante = alto-falantes
• abaixo-assinado = abaixo-assinados
• salve-rainha = salve-rainhas
• ave-maria = ave-marias


Casos especiais

Substantivo + Substantivo





Como vimos anteriormente, ambos irão para o plural, porém, quando o último elemento estiver indicando tipo ou finalidade do primeiro, somente este irá para o plural.
Ex.
• banana-maçã = bananas-maçã
• navio-escola = navios-escola
• salário-desemprego = salários-desemprego

Cuidado: laranjas-baianas e salários-mínimos, pois é a soma de substantivo com adjetivo.

Três ou mais palavras

A) Se o segundo elemento for uma preposição, só o primeiro irá para o plural.
Ex.
• pé-de-moleque = pés-de-moleque
• pimenta-do-reino = pimentas-do-reino
• mula-sem-cabeça = mulas-sem-cabeça
Cuidado: Se o primeiro elemento for invariável, o substantivo todo ficará invariável. P. ex. fora-da-lei, fora-de-série.

B) Se o segundo elemento não for uma preposição, só o último irá para o plural.
Ex.
• bem-te-vi = bem-te-vis
• bem-me-quer = bem-me-queres

Verbo + Verbo

A) Se os verbos forem iguais, alguns gramáticos admitem ambos no plural, outros, somente o último.
Ex.
• corre-corre = corres-corres ou corre-corres.
• pisca-pisca = piscas-piscas ou pisca-piscas
• lambe-lambe = lambes-lambes ou lambe-lambes

B) Se os verbos possuírem significação oposta, ficam invariáveis.
Ex.
• o leva-e-traz = os leva-e-traz
• o ganha-perde = os ganha-perde

Palavras Repetidas ou Onomatopéia

Quando o substantivo for formado por palavras repetidas ou for uma onomatopéia, somente o último irá para o plural.
Ex.
• tico-tico = tico-ticos
• tique-taque = tique-taques
• lero-lero = lero-leros
• pingue-pongue = pingue-pongues

Substantivo composto iniciado por Guarda

A) Formando uma pessoa:
Ambos irão para o plural. Ex.
• guarda-urbano = guardas-urbanos
• guarda-noturno = guardas-noturnos
• guarda-florestal = guardas-florestais
• guarda-mirim = guardas-mirins

B) Formando um objeto: Somente o último irá para o plural. Ex.
• guarda-pó = guarda-pós
• guarda-chuva = guarda-chuvas
• guarda-roupa = guarda-roupas
• guarda-sol = guarda-sóis




C) Sendo o segundo elemento invariável ou já surgindo no plural:
Ficam invariáveis.
O mesmo acontece com os substantivos iniciados por porta. Ex.
• o guarda-costas = os guarda-costas
• o guarda-volumes = os guarda-volumes
• o porta-jóias = os porta-jóias
• o porta-malas = os porta-malas


Substantivos que admitem mais de um plural

• fruta-pão = frutas-pães, fruta-pães, frutas-pão,
• guarda-marinha = guardas-marinhas, guarda-marinhas
• padre-nosso = padres-nossos, padre-nossos
• terra-nova = terras-novas, terra-novas
• salvo-conduto = salvos-condutos, salvo-condutos
• xeque-mate = xeques-mates, xeque-mates.
• chá-mate = chás-mates, chás-mate


EXERCÍCIOS

1- Dentre as frases abaixo, escolha aquela em que há, de fato, flexão de grau para o substantivo. a) O advogado deu-me seu cartão.
b) Deparei-me com um portão, imenso e Suntuoso. C) Moravam num casebre, à beira do rio.
d) A abelha, ao picar a vítima, perde seu ferrão.
e) A professora distribuiu as cartilhas a todos os alunos.

2- Indique a alternativa correta no que se refere ao plural dos substantivos compostos casa-grande, flor- de-cuba, arco-íris e beija-flor.
a) casa-grandes, flor-de-cubas, os arco-íris, beijas-flor
b) casas-grandes, flores-de-cuba, arcos-íris, beijas-flores c) casas-grande, as flor-de-cubas, arcos-íris, os beija-flor
d) casas-grande, flores-de-cuba, arcos-íris, beijas-flores
e) casas-grandes, flores-de-cuba, os arco-íris, beija-fiores

3- Assinale a alternativa em que há gênero aparente na relação masculino/feminino dos pares. a) boi - vaca
b) homem - mulher
c) cobra macho - cobra fêmea d)o capital - a capital
e)o cônjuge (homem)- o cônjuge (mulher)

4- Assinale a alternativa em que a palavra tem o gênero indicado incorretamente. a) a tapa
b) a grama
c) o hélice d) o crisma e) o ágape

5- Das opções a seguir, assinale a que apresenta um substantivo que só tem uma forma no plural. a) guardião
b) espião
c) peão d)vulcão
e) cirurgião

6- O plural de fogãozinho e cidadão é:
a) fogãozinhos e cidadãos. b) fogãosinhos e cidadãos.
C) fogõezinhos e cidadãos.
d) fogõezinhos e cidadões. e) fogõesinhos e cidadões.
7- Viam-se (*) junto aos (*) do jardim. a) papelsinhos, meios-fio




b) papeizinhos, meios-fios c) papeisinhos, meio-fios d) papelzinhos, meio-fios e) papeizinhos, meio-fios

8- Assinale a alternativa incorreta. a) Borboleta é substantivo epiceno. b) Rival é comum de dois gêneros.
c) Omoplata é substantivo masculino. d) Vítima é substantivo sobrecomum. e) n.d.a.

9- Indique a alternativa em que só aparecem substantivos abstratos. a) tempo, angústia, saudade, ausência, esperança, imagem b)angústia, sorriso, luz, ausência, esperança, inimizade
c) inimigo, luto, luz, esperança, espaço, tempo
d) angústia, saudade, ausência, esperança, inimizade
e) espaço, olhos, luz, lábios, ausência, esperança, angústia

10- Numere a segunda coluna de acordo com o significado das expressões da primeira coluna e assinale a alternativa que contém as algarismos na seqüência correta.
(1) o 61eo santci ( ) amoral (2) a relva ( ) acrIsma (3) um sacramento ( ) omoral
(4) a ética ( ) ocrisma
(5) a unidade de massa ( ) agrama
(6) o ânimo ( ) ograma a) 6, 1,4, 3, 5, 2
b) 6, 3, 4, 1,2, 5 c) 4, 1,6, 3, 5, 2 d) 4, 3, 6, 1,2, 5
e) 6, 1,4, 3, 2, 5

11- Indique o período que não contém um substantivo no grau diminutivo.
a) Todas as moléculas foram conservadas com as propriedades particulares, independentemente da atuação do cientista.
b)O ar senhoril daquele homúnculo transformou-o no centro de atenções na tumultuada assembléia.
c) Através da vitrina da loia, a pequena observava curiosamente os objetos decorados expostos à venda, por preço bem baratinho.
d) De momento a momento, surgiam curiosas sombras e vultos apressados na silenciosa viela.
e) Enquanto distraía as crianças, a professora tocava flautim, improvisando cantigas alegrece suaves.

12- Assinale a alternativa em que a flexão do substantivo composto está errada. a) os pés-de-chumbo
b) os corre-corre
C) as públicas-formas d) os cavalos-vapor
e) os vaivéns

13- Dadas as palavras:
1. esforços
2. portos
3. impostos
Verificamos que o timbre da vogal tônica é aberto:
a) apenas na palavra 1. b) apenas na palavra 2. C) apenas na palavra 3.
d) apenas nas palavras 1 e 3. e) em todas as palavras.

14- Assinale a alternativa em que aparecem substantivos simples, respectivamente, concreto e abstrato. a) água, vinho
b) Pedro, Jesus
C) Pilatos, verdade
d) Jesus, abaixo-assinado e) Nova Iorque, Deus





15- Dadas as sentenças:
1. Ele não chegou a falar com a Presidenta.
2. Ele sofreu um entorse grave.
3. A tracoma é uma doença contagiosa. Deduzimos que:

a) apenas a sentença 1 está correta. b) apenas a sentença 2 está correta. c) apenas a sentença 3 está correta. d) todas estão corretas.
e) n.d.a.

16- Assinale a única frase em que há erro no que diz respeito ao gênero das palavras. a)O gerente de será depor como testemunha única do crime.
b) A personagem principal do conto é o Seu Rodrigues. c) Ele foi apontado como a cabeça do motim.
d) O telefonema deixou a anfitriã perplexa.
e) A parte superior da traquéia é o laringe.

17- Assinale a alternativa em que há um substantivo cuia mudança de gênero não altera o significado. a) cabeça, cisma, capital
b) águia, rádio, crisma c) cura, grama, cisma d) lama, coral, moral
e) agente, praça, lama

18- Numa das frases seguintes, há uma flexão de plural totalmente errada. Assinale-a. a) Os escrivães serão beneficiados por essa lei.
b) O número mais importante é o dos anõezinhos. c) Faltam os hífens nesta relação de palavras.
d) Fulano e Beltrano são dois grandes caráteres. e) Os reptis são animais ovíparos.

19- Relacione as duas colunas, de acordo com a classificação dos substantivos, e assinale a alternativa correta.
(1) padre ( ) próprio
(2) seminário ( ) coletivo
(3) dias ( ) derivado (4) ano ( ) comum a) 3, 4, 2, 1
b) 1,2, 4, 3 c) 1, 3, 4, 2 d) 3, 2, 1,4 e) 2, 4, 3, 1
20- Dentre os plurais de nomes compostos aqui relacionados, há um que está errado. Qual!
a) escolas-modelo b) quebra-nozes
c) chefes-de-sessões d) guardas-noturnos e) redatores-chefes

21- Numa das opções, uma das palavras apresenta erro de flexão. Indique-a. a) mãos-de-obra, obras-primas
b) guardas-civis, afro-brasileiros
c) salvos-condutos, papéis-moeda d) portas-bandeira, mapas-múndi e) salários-família, vice-diretores

22- Classificam-se como substantivos as palavras destacadas, exceto em:
a) "... o idiota com quem os moleques mexem...”
b) "... visava a me acostumar à morna tirania...". c) "Adeus, volto para meus caminhos...”.
d) "... conheço até alguns automóveis...".
e) "... todas essas coisas se apagarão em lembranças...".
23- A alternativa em que o plural dos nomes compostos está empregado corretamente é:
a) pé-de-moleques, beija-flores, obras-primas, navios-escolas.




b) pés-de-moleques, beija-flores, obras-primas, navios-escolas. c) pés-de-moleque, beija-flores, obras-primas, navios-escola.
d) pé-de-moleques, beija-flores, obras-primas, navios-escola. e) pés-de-moleques, beija-flores, obras-prima, navios-escolas.

24- Assinale a alternativa em que há erro na flexão de número. a) as águas-marinhas, as públicas-formas, os acórdãos
b) abajures, caracteres, os ônus
c) auto-serviços, alto-falantes, lilases
d) capitães-mor, sabiás-pirangas, autos-de-fé
e) guardas-florestais, malmequeres, Ave-Marias

RESPOSTAS


1) c
2) e
3) d
4) c
5) b
6) c

7) b
8) c
9) d
10) d
11) c
12) b

13) e
14) c
15) a
16) c
17) e
18) d

19) a
20) c
21) d
22) c
23) c
24) d